Quando a notícia de que Paul McCartney faria a estreia da nova turnê "Out There" no Brasil começou a se espalhar, surgiram também os comentários dispensáveis, do tipo: "Paul McCartney no Brasil de novo? Ah, tá vindo tirar dinheiro dos trouxas brasileiros..." O estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, completamente lotado de pessoas que, como eu, se emocionam com a obra do cantor e dos Beatles é a prova de que, apesar da "turma do deixa disso", Paul é sim sempre muito bem vindo - e ele ainda pode surpreender.
As novidades da "Out There" começam pelo clipe de abertura, com fotos da carreira do querido Macca, mescladas com imagens de sua infância, desenhos criados por ele e uma sequência de músicas que prepara o espírito da plateia para o que está por vir. O novo palco também é um espetáculo à parte, com uma plataforma frontal que sobe quando Paul canta "Blackbird" e "Here Today". Com todo o público cantando junto e Paul conduzindo tudo lá do alto, é bem difícil não ir às lágrimas...
Mas a maior surpresa foi o novo setlist. Uma atrás da outra vieram canções que surpreenderam a maioria dos fãs. "Eight Days a Week", "Junior's Farm", "Listen To What The Man Said", "Hope Of Deliverance" (com o baterista Abe Labouriel Jr. tocando violão), "Another Day", "Your Mother Should Know" (e a cena do filme "Magical Mystery Tour" passando no telão ao fundo), "All Together Now", "Being For The Benefit
Of Mr Kite" (que contou com um show psicodélico de raios laser absolutamente incrível!), "Hi Hi Hi", "Lovely Rita"... Foram tantas as novidades que não dava para acreditar... Sim, os clássicos, como "Let it Be", estavam lá também. No entanto, Paul parecia estar mesmo era querendo dar aos brasileiros um novo fôlego, resgatando sucessos dos Beatles, do Wings e de sua carreira solo que se tornaram verdadeiras raridades sobre o palco.
E o show de simpatia que já é característico do bom e velho Paul? Também aconteceu, em especial quando ele recebeu no palco as meninas da campanha "Paul, Vem Falar Uai!", que pleiteavam no Facebook a ida do artista a Belo Horizonte. Ele distribuiu beijos e autógrafos, mostrando a todos como um artista deve se comportar com seus fãs.
Na homenagem do dia, quando todos da plateia levantaram placas em que se lia "Thank You" (Obrigado), ele retribuiu, dizendo que era ele quem estava agradecido.
A despedida com "Golden Slumbers/Carry That Weight/The End" e a chuva de papeis picados nas cores da bandeira do Brasil são responsáveis por mais lágrimas na plateia. É tanta gente emocionada, tanto amor... Paul McCartney e o público brasileiro foram feitos um para o outro e tenho certeza de que, mesmo que ele tivesse feito um show igual ou parecido com os anteriores, a emoção seria tão grande quanto foi a que atravessou a noite de 4 de maio no Mineirão, com todas aquelas surpresas. Quem se cansa de Paul se cansa da vida.
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