quinta-feira, 17 de novembro de 2011

The one and only Ringo Starr!


Nos últimos dias, muito se falou sobre a suposta fraqueza que teria um show do ex-beatle Ringo Starr. Li textos em que disseram que o espetáculo era sem graça, que não empolgava, que não emocionava. Vi gente dizendo que Ringo era um péssimo baterista e que sua All Starr Band reunia um punhado de artistas que não têm nada de realmente bom a oferecer. Quanta bobagem...

Quem esteve no último dia 15 no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, sabe o que sentiu quando as luzes se acenderam e, diante de um cenário psicodélico com flores e uma enorme estrela no meio, surgiu Ringo Starr. Aos 71 anos, rodeado de amigos, Ringo faz o que gosta e encanta a plateia com seu jeito divertido.

É bem verdade que a casa de shows não estava lotada. Com o temporal que aconteceu pouco mais de duas horas antes do início do espetáculo, muita gente se assustou. Aos poucos, as pessoas iam chegando, preenchendo os espaços e trazendo sorrisos calorosos que provavam o quanto era grande a expectativa. Mas era visível que ainda havia ingressos disponíveis.

E daí? Ringo não se fez de rogado. Com sua simpatia costumeira, deu boa noite a todos e a cada setor da plateia, dividida em pista prime, pista comum, cadeiras e camarotes. "Boa noite, pessoal da direita! Boa noite, galera da esquerda!", disse. E, apontando para um camarote na ponta direita, veio a primeira tirada: "Para vocês cinco aí, boa noite também!". A gargalhada foi geral. A partir daí, foi um festival de energia, grandes sucessos e comentários engraçados que vinham um atrás do outro. Aquele era mesmo Ringo Starr!

O repertório começou com "It Don't Come Easy", single pós-Beatles do baterista e cantor, seguido por "Honey Don't", de Carl Perkins, que ganhou uma gravação dos fab four na voz de Ringo. Em seguida, os integrantes da All Starr Band foram se alternando atrás do microfone. Trouxeram para o público hits de suas bandas anteriores e surpreenderam pela qualidade de suas performances. Foi muito bom ver Edgar Winter tocar todos aqueles instrumentos em "Frankenstein"! E o que dizer do solo de guitarra de Gary Wright em "Rock n' Roll Hootchie Koo"? Tão impressionante que deixou a plateia de boca aberta - e Ringo tratou de fazer uma piada: "Tem alguém aí aprendendo a tocar guitarra? Essa é a segunda lição!". Quando Richard Page terminou "Broken Wings", Ringo comentou que aquela tinha sido a melhor apresentação daquela música em toda a turnê, prova de que houve uma conexão realmente emocional entre o público e os músicos. Mas a catarse ainda estava por vir...

Cada vez que Ringo Starr pegava o microfone ou ia para trás de sua bateria – ou fazia as duas coisas ao mesmo tempo -, o público enlouquecia. “Choose Love”, “I Wanna Be Your Man”, “Boys”, “The Other Side Of Liverpool” vieram e arrebataram a plateia. Se em “Yellow Submarine” o chão tremeu, quando, depois de “Photograph” e “Act Naturally”, vieram os primeiros acordes de “With a Little Help From My Friends”, a emoção não podia ser maior. Um coro emocionado acompanhava “the one and only Billy Shears”, com muitas lágrimas nos olhos e cantando a plenos pulmões. Depois de “Give Peace a Chance” - uma homenagem ao amigo John Lennon e uma ótima maneira de reforçar o lema de paz e amor que parece norteá-lo - , Ringo e sua super banda deixam uma plateia mais que feliz. Quem disse que “esse senhor” é fraco, não abriu os olhos para ver que ele é a eterna estrela do Rock n' Roll.



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